Esperando o regresso do meu marido
- Segundo a melodia "Luohongqu" - V
O dia de hoje substitui o de ontem
e o presente ano o que já é passado.
O rio Amarelo, que dizem ser sempre turvo,
um dia será claro.
Mas nunca voltarão a ser negros
os meus cabelos já brancos.
(Versão minha a partir da tradução castelhana de Guojian Chen reproduzida na Antología de poetas prostitutas chinas (Siglo V - Siglo XXI), Visor, Madrid, 2010, p. 74).
quinta-feira, 21 de julho de 2011
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Diego Ropero-Regidor
Confesso que não vivi
O vento solta o perfume ressequido
das rosas. Cheira a terra.
O assobio das raízes contrai
as últimas gotas de orvalho.
Vivo no meio de uma lagoa.
Sinto saudades da lentidão do caracol.
Confesso que consegui evitar a aridez
que o desamor me impôs.
O vento solta o perfume ressequido
das rosas. Cheira a terra.
O assobio das raízes contrai
as últimas gotas de orvalho.
Vivo no meio de uma lagoa.
Sinto saudades da lentidão do caracol.
Confesso que consegui evitar a aridez
que o desamor me impôs.
(Versão minha e de Ricardo Castro Ferreira; poema publicado em Isla de Siltolá - Revista de Poesía, nº 4, Ediciones de La Isla de Siltolá, Sevilha, 2011, p. 17).
sábado, 16 de julho de 2011
Roger McGough
Cinco truques para te ajudar a atravessar uma floresta negra em segurança noite dentro
1. Assobia uma melodia que o teu pai tenha assobiado quando eras criança
2. Cruza os dois primeiros dedos da tua mão esquerda
3. Se perderes de vista a lua guarda-a na retina da tua mente
4. Imagina as cores que te cercam quando esperas o primeiro beijo da manhã
5. Traz uma Kalashnikov no porta-luvas.
1. Assobia uma melodia que o teu pai tenha assobiado quando eras criança
2. Cruza os dois primeiros dedos da tua mão esquerda
3. Se perderes de vista a lua guarda-a na retina da tua mente
4. Imagina as cores que te cercam quando esperas o primeiro beijo da manhã
5. Traz uma Kalashnikov no porta-luvas.
(Versão minha; poema incluído em The state of poetry, Londres, Peguin, 2005, p. 11).
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Liu Chaichun (Século IX)
Esperando o regresso do meu marido
- Segundo a melodia "Luohongqu"
Naquele ano, quando nos despedimos,
disseste-me que ias a Tong Lu.
Mas lá ninguém te encontra.
Hoje recebi uma carta
que me enviaste de Cantão,
cidade muito mais distante.
- Segundo a melodia "Luohongqu"
Naquele ano, quando nos despedimos,
disseste-me que ias a Tong Lu.
Mas lá ninguém te encontra.
Hoje recebi uma carta
que me enviaste de Cantão,
cidade muito mais distante.
(Versão minha a partir da tradução castelhana de Guojian Chen reproduzida na Antología de poetas prostitutas chinas (Siglo V - Siglo XXI), Visor, Madrid, 2010, p. 70).
sexta-feira, 8 de julho de 2011
Xue Tao (768 - 862)
Contemplação primaveril
Lamento que, quando se abrem as flores,
não as possamos contemplar juntos.
Quando caem, partilhamos as penas,
mas em lugares diferentes.
Alguém pergunta-me:
- Que tempo te provoca
mais sofrimentos de amor?
Eis a minha resposta:
os dias em que se abrem as flores
e também aqueles em que tombam por terra.
Lamento que, quando se abrem as flores,
não as possamos contemplar juntos.
Quando caem, partilhamos as penas,
mas em lugares diferentes.
Alguém pergunta-me:
- Que tempo te provoca
mais sofrimentos de amor?
Eis a minha resposta:
os dias em que se abrem as flores
e também aqueles em que tombam por terra.
(Versão minha a partir da tradução castelhana de Guojian Chen reproduzida em Antología de poetas prostitutas chinas (Siglo V - Siglo XXI), Visor, Madrid, 2010, p. 34).
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Jack Agüeros
O New York Times realizou um pequeno filme sobre Jack Agüeros, poeta nova-iorquino que sofre da doença de Alzheimer e que perdeu a capacidade de ler, escrever e lembrar: