A parelha de bois e o automóvel
Ficaram frente a frente na extensa estrada incandescente.
A extensa estrada incandescente estreitava
Na curva da colina,
E lá em baixo estava o rio dançante e solar
Espumando sobre as rochas.
Os animais brandos e pacíficos deixaram-se ficar calmamente, ruminando o seu alimento.
O homem hirsuto e barbudo das montanhas,
Mais enferrujado que a sua carroça,
Não tirou os olhos do motorista orgulhoso.
A pequena rapariga esfarrapada
De cabelo corado pelo sol,
Sentada numa mochila dura, amarela e empoeirada
Olhou para os elegantes chapéus de viagem das senhoras,
E para os seus lenços de chifon
Que a leve brisa dedilhava.
O motorista orgulhoso encheu de ar a buzina,
Mas nada se moveu -
Excepto o espumante rio dançante e solar lá em baixo.
Então ele meneou a cabeça,
E virou o volante.
E lentamente, cuidadosamente,
O automóvel fez marcha-atrás na extensa estrada incandescente.
E os animais brandos e pacíficos levantaram os cascos,
E o homem hirsuto e barbudo agitou as suas rédeas,
E a esfarrapada pequena rapariga lançou o olhar para além da colina.
E a parelha de bois arrastou-se e balanceou-se pela extensa estrada incandescente.
(versão minha; original reproduzido em Illinois Voices - an anthology of twentieth-century poetry, organização e selecção de Kevin Stein e G. E. Murray, University of Illinois Press, Urbana and Chicago, 2001, p. 1).
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