Nasci em Abril numa pequena cidade
Cujos arredores são encantadores, e onde
Frequentei a escola; o vigário e o mestre-escola
Ficaram em parte satisfeitos comigo. Na devida altura
Fui simpaticamente integrado num banco a fim de aprender
O ofício devido ao qual depois visitei cidades como Basileia,
Estugarda e Zurique. Aí tomei conhecimento
Com a mais generosa e amável das mulheres
Que ora vivia na cidade, ora no campo,
Segundo o que lhe era mais conveniente,
E que conduziu a minha atenção para
Heinrich Heine, alguém que apenas pude
Apreciar completamente muito mais tarde.
O nome desta mulher somente por mim
Pode ser divulgado: mas por que deveria fazê-lo
Quando a discrição me faz feliz? Cargos importantes
Nos negócios desempenhei uma quantidade deles.
Com alacridade, por causa de um impulso
Só meu, abandonei um de modo a poder ter
E satisfazer outro; entretanto,
No sector industrial, escrevi poemas que apareceram
Mais tarde, talvez de maneira demasiadamente pródiga,
Na casa editora de Bruno Cassirer.
Por um período de mais ou menos sete anos vivi depois
Em Berlim, escrevendo prosa arduamente.
Mas quando, de forma cavalheiresca, os editores deixaram
De ter vontade de me conceder um adiantamento, regressei
À Suiça, que muitos amam
Pelas suas belas montanhas, para aqui
Persistir, sem mágoa, nas minhas tentativas poéticas.
E agora, a julgar por uns quantos cabelos grisalhos,
Cheguei à idade de cinquenta anos.
(versão minha a partir da tradução do alemão para o inglês de Michael Hamburguer, reproduzida em German Poetry: 1910-1975, antologia organizada e traduzida por Michael Hamburguer, Carcanet, Manchester, 1977, p. 27).
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