Não amo a minha pátria.
O seu fulgor abstracto
não se deixa agarrar.
Mas (ainda que soe mal)
daria a vida
por dez lugares seus,
certa gente,
portos, bosques, desertos, fortalezas,
uma cidade desfeita, cinzenta, monstruosa,
várias figuras da sua história,
montanhas
- e três ou quatro rios.
(versão minha, corrigida; a primeira versão que propus foi produzida a partir da forma como o poema original surge aqui; mas esta fonte pode ser problemática uma vez que, posteriormente, tomei conhecimento desta tradução, através da qual me dei conta de falhas na minha proposta, que agora rectifico; tomo agora como texto de partida o poema tal como surge em Tarde o temprano (poemas 1958-2000), Fondo de Cultura Económica, edição de Ana Clavel, 3ª edição, 2ª reimpressão, Picacho-Ajusco, 2004, p. 73; pela alta traição, ainda que involuntária, ao autor e aos leitores, as minhas desculpas).
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