Formigas
As formigas não encontram o seu caminho para casa.
Caminham, traçando linhas entre o nosso sono e os nossos corpos.
A sua farinha invisível continua espalhada na sua memória,
espalhada noutro espaço e tempo. Elas continuam a ir de um fim
da terra a outro em busca dela. Afundam os seus dentes
em todas as coisas vivas e mortas. As tristezas da terra crescem
de modo tão leve com a sua demanda que as direcções
começam a rodopiar em grande confusão. Os
pólos começam a mudar de lugar. Mas ninguém
conhece a tristeza das formigas.
Há muito tempo atrás talvez tenham sido mulheres.
Muito bonito! Hoje só tenho um sorriso triste. Não sei se de formiga ou de mulher. Abraço de cá
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