Como as coisas não podiam
piorar - escreveu Kafka,
no seu Diário -, melhoraram.
Como gostaria, diante deste negro
e inóspito horizonte que se abre
diante de mim - como um ano mais,
ou como um ano menos -,
de poder dizer o mesmo.
Sinto porém
que não toquei o fundo,que há mais miséria, mais dor, mais tédio
mais à frente, que as coisas
podem piorar.
Que o pior, como alguém disse,
ainda está para chegar.
31, dezembro, 1996
(versão minha; o original pode ser lido algures por aqui).
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