Dá no mesmo, disseste, é só sexo,
porém esqueceste que nós vivemos dessas coisas;
só aqueles que fizeram a lei se ocupam
da virtude, da paz e da nobreza.
Essa justiça natural de que falas
fez-nos maus filhos, ateus e ladrões.
Esses homens, todavia, criaram deuses,
sacerdotes, polícias e orfanatos.
Nós comemos, bebemos e gozamos
pagando por isso o preço do salário.
Isso é tudo, somos mercenários, guardamos o Estado
e não merecemos consideração alguma.
(Versão minha; original reproduzido em Por vivir aqui - Antologia de poetas catalanes en castellano (1980-2003), organização de Manuel Rico, prólogo de Manuel Vásquez Montálban, Bartleby, Madrid, 2003, p. 137. Deste poeta existe em português Quanto sei de mim, um conjunto de poemas traduzido por Carlos da Veiga Ferreira, com prefácio de Nuno Júdice, Teorema, Lisboa, 2001; este mesmo poema aparece aí traduzido na p.32).
Muito actual :-)
ResponderEliminarPois.
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