A poesia ameaça o sonho envenenado, o sonho ligeiro do pub.
A pele verde das palavras oculta o fogo eterno.
A magia do corpo convoca a alma desmaiada.
Diz-lhe: levanta-te, diz-lhe: vem dançar no fogo azulado.
As palavras, como a sabedoria, serão oceânicas,
segundo alguns. Eu penso antes
que estão todas desprovidas de espírito.
As palavras devoram o vento como o acto o desejo.
As palavras são manadas de tartarugas
como o caçador que regressa a casa
depois de matar cento e um patos
e cento e um cavalos voltam ao estábulo
para comer aveia.
(Versão minha a partir das traduções castelhana e francesa de Sumana Sinha, Lionel Ray e F. Torres Monreal reproduzidas em 12 poetas bengalíes - Antologia de poesía india contemporánea, Lancelot, Murcia, 2005, p. 149).
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