Poema de amor
A dor serve sempre para alguma coisa.
A tua mãe faz malha.
Despacha cachecóis em todos os tons de vermelho.
Eram para o Natal, e mantinham-te quente
enquanto ela casava, uma vez e outra, levando-te
consigo. Como poderia ter dado certo
se ela escondeu o seu coração de viúva todos esses anos
como se os mortos pudessem regressar.
Não admira que sejas como és,
com medo de sangue, as tuas filhas
como paredes de tijolo, uma após outra.
(Versão inédita de António Ladeira; o original pode ser lido aqui).
Lindo, mas devo admitir que no final, essa comparação com paredes de tijolos me escapou da compreensão.
ResponderEliminarGd abraço