A Tomasa Meco, in memorian
A minha mãe ensinou-me a bordar:
o dedal no dedo médio,
usar o fio em pequenas meadas,
ensinou-me a fazer o ponto de bainha dupla
e a dispor a loiça de porcelana:
primeiro as bandejas,
depois os pratos e os copos.
A minha avó ensinou-me a engomar:
o lenço de criança dobrava-se
num triângulo, como o de solteira,
só o de cavalheiro se dobrava
em forma de rectângulo.
- Então és filha de boas famílias.
- Não, sou a filha das criadas.
(Versão minha; original reproduzido em La manera de recogerse el pelo - Generación blogger, selecção de David González; prólogo de José Ángel Barrueco, Bartleby, Madrid, 2010, p. 211).
simples mas tão delicado, este poema...
ResponderEliminarConcordo. E, ao mesmo tempo, como quem não quer a coisa, uma forte declaração política...
ResponderEliminarLp: exacto, esa era la intención...
ResponderEliminarGostei muito do seu poema, Cristina.Vou querer ler mais coisas suas.Um abraço e um obrigada ao Luís que ma deu a conhecer...
ResponderEliminarObrigada, Bom Dia ...
ResponderEliminarGostei muito, tocou-me, fez-me doer o meu coração...
O nosso mundo precisa de si, que nunca, mas nunca, lhe faltem as palavras...