O número de filhos da puta
aumenta cada dia, mas pior
é o número ainda maior dos tontos.
Eu conto-me entre os segundos,
às vezes o meu pai pergunta-me
se vou fazer alguma coisa a respeito disso;
não costumo, porém, responder-lhe,
limito-me a olhar a tv
sentada em frente da sua cara.
Deveria dizer-lhe que tem razão,
que as pessoas me dirigem o olhar
como se a uma espécie rara de animal,
como se se sentissem confortáveis
no papel do delator.
Gostaria de fazer alguma coisa para mudar,
ser mais inteligente, fumar com elegância...
esse tipo de coisas que te tornam respeitável.
Mas, no fundo, nunca seria suficiente,
os pratos continuam a cair-me das mãos.
(Versão minha; original reproduzido em La manera de recogerse el pelo - Generación blogger, selecção de David González; prólogo de José Ángel Barrueco, Bartleby, Madrid, 2010, p. 213).
WAW!!!!!!! Gracias infinitas!!!!!
ResponderEliminaré difícil resistir a poemas tão bons...
ResponderEliminarLP, devias traduzir mais poemas da Cristina... Ficávamos todos a ganhar.
ResponderEliminarAbraço.