O autocarro vermelho há-de deter-se
e eu encontrar-me-ei no labirinto:
levarei muito tempo a descer os degraus,
gastando a sola dos sapatos,
pelo que irei à procura de um sapateiro,
entrarei com os pés descalços
pisando a pedra fria
e a desorientação será ainda maior.
Desesperado hei-de sentar-me nas escadas,
abrirei o jornal e começarei a ler
para encontrar a saída deste labirinto.
Então descobrirei um sinal:
talhado à mão indica a direcção que devo tomar;
penso, com uma alegria indizível, que eu sou o guia
e novamente hei-de pôr-me a caminho
perdendo cada vez mais a orientação.
(Versão minha a partir da tradução castelhana reproduzida em Poesía ucraniana del siglo XX - una iconografia del alma; prólogo, selecção e tradução de Iury Lech, Litoral/Ed. UNESCO, Torremolinos/Málaga, 1993, p. 178).
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