Os tigres gostam muito de se olhar a si próprios. Vêm à margem do rio ao entardecer. As suas sombras saltam na água brilhante. Para ver o rosto do tigre temos de agarrar o tigre por trás tocando no ombro do animal e pondo o rosto do visitante ao lado dele. Mas creio que ninguém o conseguiu fazer, à excepção de Tarzan.
Existem mais ou menos três formas de nos aproximarmos, na nossa vida selvática.
São:
1 Quando o tigre está dentro da jaula, tu estás fora (por exemplo no zoo)
2 Quando o tigre está fora da jaula, tu estás dentro (por exemplo na reserva natural)
3 Quando o tigre e tu estão fora (por exemplo o tigre no chão e tu no alto de uma grande árvore)
Mas nada importa a não ser o desejo de ver o tigre. Se este desejo não viajar no interior da cabeça como os cânticos místicos, não se pode tirar prazer da visita.Existe ainda uma forma de ver o tigre involuntariamente: comer 24 pães fritos de Bengala que se chamam Luchi com um prato de cordeiro com muitas especiarias que se chama Kalia.
(Versão minha a partir da tradução castelhana de Subhro Bandopadhyay, com adaptação de Violeta Medina, reproduzida em La pared de agua -Antología de poesía bengali contemporánea; Olifante, Saragoça, 2011, p. 223).
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.