Coisas que eu e o meu irmão podíamos fazer
Para W. S.
Bem as coisas a fazer não têm fim.
Podíamos sair e apanhar esquilos.
Podíamos ler livros.
Podíamos remover a lama dos pneus do tractor.
Podíamos pensar num faisão a cair.
Podíamos pensar no Pai a cair.
Podíamos ver o sítio onde ele caiu.
Caiu numa noite, já tarde,
E bateu com a cabeça num raspador de botas -
Não morreu - enquanto se despedia dos outros.
Podíamos perguntar coisas sobre a Guerra.
Podíamos pensar na Bertha, que morreu.
Podíamos pensar na sua filha, que vivia connosco.
Podíamos pensar no motivo da sua cara ser tão magra.
(Versão minha; poema incluído em The invisible ladder; organização de Liz Rosenberg; Henry Holt and Company, Nova Iorque, 1996, p. 24).
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