Girando
Seguro o meu filho de dois anos
por debaixo dos braços e faço-o girar.
Os seus pés afastam-se de mim
e o dia desfaz-se numa mancha.
Tudo o que possuo voa pelos ares:
brinquedos de quintal, balde de areia, pá e ancinho,
garagem, casa,
e, por fim, os anos da minha vida.
Quando paramos, o meu filho é um adulto
e eu envelheci. Voltamos
a vacilar nos braços um do outro
uma última vez, dois amigos extraviados
cambaleando por causa da bebida,
recordando os bons velhos tempos.
(versão minha; original reproduzido aqui).
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