ando a erguer uma barricada
à minha volta
junto o armário e a cama
e ponho o frigorífico ao seu lado
enviam-me um negociador
o rapaz das pizzas
é inútil tentar resistir, diz ele
é inútil tentar resistir, concordo
deixa-me como um vencedor
deixa uma pizza com miolo de caranguejo
chega um carteiro: ora aqui está
uma carta registada, assine nesta linha por favor
assino, sorrimos os dois
é inútil tentar resistir, diz a carta
não discuto, concordo educadamente:
não há sequer a mínima esperança
depois chega um mórmon - o senhor
conhece o plano de Deus, pergunta o mórmon
conheço, é inútil tentar resistir
digo eu, o mórmon desce as escadas murmurando
consolido a barricada: tapo brechas
com velhos jornais e pastilha elástica
eles tocam à campainha uma e outra vez
à porta estão o rapaz das pizzas
o mórmon e o carteiro
o que é agora, pergunto
tem razão, dizem eles, não faz sentido
tentar resistir, não há sequer a mínima esperança
é por isso que estamos no mesmo
lado da barricada
(Versão minha a partir da tradução inglesa de E. Alisanka e Kerry Shawn Keys reproduzida em Six lithuanian poets, Arc, Todmorden, 2008, pp. 107-109).
uau.
ResponderEliminar: )
ResponderEliminarestive uns tempos sem poder passar aqui e já estava a ressacar LP,
uma maravilha este poema
( )