Um livro de poemas aberto na areia
branco diante do mar azul.
O vento virava-lhe as páginas,
amarrotava-as uma após outra.
As palavras ardentes desse livro gravaram no seu interior
um coração belo e triste.
E essas palavras impressas transformaram-se em pássaros, começaram a voar.
Uma, depois outra;
cem, mil palavras,
alto, mais alto, cintilando, elevando-se até ao céu,
poemas brancos de pássaros, pássaros de poemas.
Trémulas pétalas de flores caíam do céu.
E esses pássaros que recitavam poemas no céu
esqueceram-se, incapazes de dizer os versos que sabiam
transformaram-se em flores a cair sobre o mar.
Então tornaram-se estrelas no céu distante.
Esses pássaros que recitavam poemas no céu
os mais belos e tristes
poemas do mundo
- recitavam os poemas do livro de modo tão fulgurante
que agora brilham, estrelas no mundo das estrelas.
(Versão minha a partir da tradução inglesa de Edward W. Poitras reproduzida em The Columbia anthology of modern korean poetry, edição de David R. McCann, Columbia University Press, Nova Iorque, 2004, p. 126. Esta versão é dedicada a Amélia Pinto Pais).
Tão bonito e triste....comovi -me muito esse poema
ResponderEliminar