Todos os vossos instrumentos têm nomes estranhos
e difíceis, mas eu vejo claramente
e sei que, no fundo, são só
fitas métricas e giz com os quais medis
e marcais - marcais e medis
sem vos cansardes.
Tirais alfinetes de entre os lábios, como os alfaiates:
espetais-mos na alma
e dizeis: "Aqui faremos uma bela bainha.
Assim vai ficar muito melhor."
Eu não quero que me corteis um bocado da alma!
Se tenho demasiada para entrar no vosso mundo,
pois bem, não quero entrar.
Sou uma poetisa:
uma borboleta, um ser
delicado, com asas.
Se mas arrancarem, vou retorcer-me na terra,
mas não será por isso que me converterei
numa alegre e disciplinada formiga.
(versão minha a partir do original e da tradução castelhana apresentada em La Poesía del Siglo XX en Italia; seleção de Emilio Coco, Visor, Madrid, 2017, p. 93)
Que alegria vir aqui e descobrir que estás a postar de volta. Estou muito feliz com isso. Obrigada.
ResponderEliminarMuito obrigado pelo comentário e pelo estímulo.
ResponderEliminar