segunda-feira, 27 de julho de 2020

Kabir (1440-1518)

"Colhe aqui aquilo de que precisas..."



Colhe aqui aquilo de que precisas.
Mais à frente os caminhos
estão impraticáveis.

Loucos, querem
ir ao céu fazer as suas compras.
Não sabem que no céu não há lojas
nem sequer vendedor.


***


"Tens, Amigo, a morte..."



Tens, Amigo, a morte
pousada na cabeça.
Desperta de vez!
Como podes dormir
de modo tão profundo
estando a tua casa
situada numa rua tão ruidosa?




(Versões minhas a partir das traduções castelhanas de Jesús Aguado incluídas em En qué estabas pensando? Antología de Poesía Devocional de la India, Siglos V-XIX; organização e tradução de Jesús Aguado, Fondo de Cultura Económica, Madrid, 2019, p. 207 e pp. 210-211)



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