Fogueira
Fomos duas pedras
que um deus inimputável
batia uma e outra vez
à procura de uma chispa de fogo
que começasse uma fogueira
trouxesse calor
contra o frio do tempo,
o frio de estarmos sós,
o frio de não sermos mais que marionetas
de um deus inimputável.
Duas pedras
envoltas em pele
golpeando-se uma e outra vez
para ver se caía a gota
de fogo capaz de dar início
a uma fogueira
que incendiasse o mundo.
(Versão minha; poema incluído em Horizonte de sucesos; Renacimiento, Sevilha, 2021, p. 47).
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