Na morte do meu filho primeiro nascido Simão e falecido
no dia três de setembro de 1592, tendo vivido um ano,
dois meses e quinze dias!
Meu bem amado filho, por que foi então necessário
que eu te fechasse os olhos, tal como fiz, quando
julguei que serias tu a fazê-lo a mim, defunto?
Agora que estás morto, e eu aqui permaneço,
o sol percorreu a sua órbita somente uma vez,
e a lua apenas três vezes desde a tua vinda.
Tu que foste tão breve, que nos deixaste,
meu filho, ó toda a minha glória, todo o meu amor!
Mais rápido do que a flecha passaste
e furtaste aos nossos olhos o teu doce encanto.
Teu pai a teu rogo não mais te embalará,
não mais, no seu pescoço, sentirá os teus meigos braços.
Tu, que foste do meu coração a primeira alegria,
tu, que agora és o seu choro, a sua queixa, o seu luto.
Num tempo tão curto como mudou o meu destino,
como de doces fez amargas todas as minhas esperanças!
A noite não virá sobre nenhum dos meus dias
sem que não me encontre em lágrimas, e não me deixará.
Porque contigo todas as minhas alegrias pereceram -
foi a luz dos meus olhos que me abandonou.
(Versão minha. Fonte: La poésie croate - des origines à nos jours; selecção de Slavko Mihalic e Ivan Kusan; vários tradutores [Janine Matillon]; Seghers, s/d, p. 72).
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