(...)
A vós, artistas futuros, desejo-vos que tenhais um certo tipo de audácia: a revolucionária.
Aquela que vos faça preferir o salto mortal em busca de um sistema de valores desconhecido em vez de ficarem sentados na terra num lodo que fede a velho.
Não sei se é uma vergonha ou uma glória imperecível, mas é assim: são os escravos que criam as maiores canções de libertação.
Uma ferida que arde:
que a maioria dos artistas revolucionários em matéria de arte seja em relação às grandes questões do seu tempo conservadora; e que a maioria dos revolucionários nas questões do seu tempo seja conservadora na sua relação com a arte.
O mundo quer dormir.
Os artistas, os investigadores e os trabalhadores mantêm-no desperto.
Para que serve a filosofia se tudo gira em volta do estômago ou da parte inferior do ventre feminino!
Para os pequenos tudo é delírio de grandeza.
Só os pássaros domésticos têm ânsias. Os selvagens voam.
Escrevo porque sou débil.
Melhor seria arranjar um machado e avançar pelo mundo às cutiladas.
(...)
(Versão minha a partir da tradução castelhana de Francisco J. Uriz, incluída em Cinco poetas finlandeses, Libros del Innombrable, 2014, Saragoça, pp. 60-63).
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.