sábado, 12 de março de 2022

Marta Eloy Cichocka

Trinta e quatro



senti o fogo
nas minhas costas
fugi descalça
não tive tempo de
agarrar em nada
de vestir nada

de meter nada
no bolso o passaporte
o telefone um amuleto
uma pedra verde
o meu batom preferido
tudo isso

ficou para trás

e à frente

o silêncio



(Versão minha. Fonte: Luz que fue sombra. Diecisiete poetas polacas (1963-1981); selecção e tradução de Abel Murcia e Gerardo Beltrán; Vaso Roto, Madrid, 2021, p. 95).
 

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