terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Raymond Carver

O privilégio



Ou isto ou ir caçar linces
com o meu amigo Morris.
Tentar escrever um poema às seis
da manhã ou correr
atrás dos cães de caça com
uma espingarda nas mãos.
O coração dando saltos na sua jaula.
Tenho 45 anos. Não tenho ocupação.
Imagina o luxo desta vida.
Tenta imaginá-lo.
Pode ser que lhe faça companhia se for
amanhã. Mas pode ser que não.



(Versão minha a partir do original e da tradução para espanhol de Jaime Priede, reproduzidos em Todos nosotros, Bartleby Editores, Madrid, 4ª edição, 2007, pp. 102).

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