Quando o desespero do mundo cresce em mim
e acordo na noite ao mínimo som
com medo do que a minha vida
e a dos meus filhos possam vir a ser,
avanço e deito-me ao pé da água onde
o pato dos bosques
aconchega a sua beleza
e a garça real se alimenta.
Entro na paz das coisas bravias
que não impõem tributos às suas existências preparando-se
para a dor. Fico na presença da água serena.
E sinto, acima de mim, as estrelas cegas de dia
aguardando com a sua luz. Por um instante
participo da graça do mundo, e sou livre.
(versão minha; original aqui)
2 comentários:
muito belo.
também acho. um abraço.
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