segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Karmelo C. Iribarren

Os dias normais



Chegam
e vão-se
sem deixar rasto,

                    e tu ficas a vê-los
a afastarem-se sobre os telhados
- e com eles, os anos -
e apenas sentes nada
ou sentes algo, vago,
que não sabes
decifrar.

                  São os dias
normais, os de sempre,
os que parece que passam
à distância,

os assassinos
do amor.



(Versão minha; original reproduzido em La piel de la vida, Baile del Sol, 2013, p. 27).