"Não se pode viver sem amar"
"Pode-se, sim", disse
e vesti-me de negro
para o último baile de máscaras.
E tinha a boca cheia de pó
como se tivesse secado de tanto chorar
(ainda que não tenha chorado em cinquenta anos).
Não quero o vosso céu, companheiros,
as falsas promessas, os amigos fingidos,
as ruas cheias de beijos,
as mentiras de espelhos fugidios.
Quero rasgar o último selo,
a lua que não dá luz,
a noite em que não brilha nada.
(Versão minha a partir da tradução castelhana de Francisco J. Uriz reproduzida em Poesía nórdica, Ediciones de la Torre, 2ª edição, Madrid, 1999, p. 93).