Ano após ano estiveste debruçado sobre os livros,
acumulaste em ti mais conhecimentos
do que os que necessitarias para nove dias.
Na hora da verdade
é preciso muito pouco, e esse muito pouco
conhece-o o coração desde sempre.
No Egipto o deus da sabedoria
tinha cabeça de macaco.
(versão minha, a partir da tradução de Francisco J. Uriz reproduzida em Tres poetas noruegos, tradução e selecção de Francisco J. Uriz, Libros del Innombrable, Saragoça, 2002, p. 125).
2 comentários:
Ou, dito de outro modo (?), com uma ajuda de monsieur Flaubert: "Como seriamos sábios se conhecêssemos bem apenas cinco ou seis livros".
"(...)Barthes, ao afirmar que o envelhecimento o levara a
cultivar a desaprendizagem dos saberes, confessou que
ele aprendera, naquele momento de sua vida, que as dádivas
dos olhos não lhe bastavam. Há um verso de T. S.
Eliot que, creio, se aplica à experiência de Barthes: “E o
fim de todas as nossas explorações será chegar ao lugar
de onde partimos e conhecê-lo então pela primeira vez”.
Os caminhos da alma são circulares, voltam sempre ao
princípio.(...)" Rubem Alves, Livro sem fim
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