Olá, Senhor!
Escreve-te
um poeta menor,
uma voz do coro,
um pequeno pinheiro do pinhal,
um clarinete na orquestra da escola.
Achas que é assim tão
fácil, Senhor,
ser uma voz no coro,
um peixe na água,
não perturbar a Tua ordem?
Pior, porém, é o destino gelado
desses que foram feitos para serem
o primeiro violino
ou o pico mais alto da montanha.
A nós não nos custa nada afundar,
ano sim ano sim, dia após dia,
as nossas raízes no mais fundo
e praticar as nossas escalas
esperando que o maestro,
posicionado no seu lugar,
aponte a sua batuta -
então um solo sublime começa a soar
levando às lágrimas as próprias montanhas.
(Versão minha a partir da tradução inglesa de Ruth Fainlight reproduzida em An anthology of contemporary russian women poets, selecção de Valentina Polukhina e Daniel Weissbort, University of Iowa Press, Iowa Press, 2005, pp. 19-20).
3 comentários:
Oi,
Estava pensando em "roubar" uma "compota..." mas pensando bem vou levar a "carta musical" mesmo!
Aquela tem mais haver com ontem e esta se parece com o hoje, quase amanhã que vivemos e quase esquecemos de ouvir.
Abs,
Carol
LINDA POESIA ESSA CARTA MUSICAL
Lp,
Eu levei este poema hoje!
Sei que n]ao vai se importar de dividi-lo comigo.
Bjs,
Carol
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