Risos
gritos
rumor
de conversas sobre a relva
jogadores de cartas
leitoras obstinadas
beijos
ainda inocentes
de frescos adolescentes
bandos de garotos à beira da piscina
meninas
flexíveis
como
juncos
jovens imigrantes
exibindo
saltinhos acrobáticos
jovenzitas
mostrando a sua nudez explícita
(ninguém lhes explicou - coitadas -
que tapadas excitariam muito mais)
vaporizadores de bronzeado
que surgem
aqui
e ali
como géiseres simpáticos
e o deus Sol que cruza lentamente o dia
dourando por igual
miúdos
gordas carecas
mamalhudas saloios
estrangeiros donas de casa condutores de domingo
mirones engatatões anoréticas culturistas
que
no final da tarde recolhem as suas coisas
cansados
esgotados
desfeitos
sorrindo
enquanto a sombra negra dos prédios
avança inexorável sobre a água...
(Grosso modo; La Isla de Siltolá, Sevilha, 2011, pp. 67-69).
2 comentários:
finalmente...um novo poema..ontem estive na praia e vi o filme que hoje está descrito nesse poema..muito boa ideia sr. tradutor..eu reconhecço tudo..muito fixe..
Leni
Obrigado (mais uma vez). E continuação de boas férias (?), Leni...
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