A meio da noite abri os olhos.
Tinha comprado amêijoas à tarde
e num canto da cozinha ali estavam
de bocas abertas e bem vivas.
"Quando vier o dia
vou comê-las
uma a uma".
Soltei uma gargalhada
de bruxa velha.
E mais nada: dormi
de boca semiaberta
toda a noite.
(Versão minha a partir da tradução castelhana de Aurelio Asiain reproduzida em Para otras mil generaciones más... Antología poética japonesa desde el Kojiki a nuestros días; organização, prólogo e apresesntação dos autores de Fernando Cid Lucas, Amargord Ediciones, Madrid, 2013, p. 101).
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