Matemática superior
Soma e resto da vida.
Tábua de multiplicar.
A raiz quadrada das visões do romântico.
Escrevemos dois, observamos três.
Disseminada
e vulgar
matemática
quotidiana.
A alma deseja elevar-se a um plano superior.
A alma conta o total da superfície:
o passado - o presente - os vivos e aniquilados,
a verdade - a poesia - a chuva atómica.
O dragão - as musas - o telefone - os mirtilos,
a fé - o vírus - os milhões - os nulos...
A vida opera infinitamente com os pequenos.
Todos somos únicos - também diminutos.
Mas de todos os gestos
e apertos de mão,
da mentira, conjunto liquidado,
a história - o mais completo dos ensinamentos -
calcula o ETÉREO INTEGRAL.
Das migalhas estelares mais minúsculas!
A eterna matemática superior:
da soma dos infinitamente pequenos
resulta o infinitamente grande.
(Versão minha. Fonte: Una iconogafía del alma. Poesía ucraniana del siglo XX; prólogo, selecção e tradução de Iury Lech; Litoral/Ediciones UNESCO, Málaga, 1993, p. 89).
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