Saber que cometes adultério
para não voltares a cometê-lo
que matas para não voltar a matar
que roubas para não voltares a roubar
que cobiças para não voltares a cobiçar.
E ainda que não te apedrejem
nem te cortem a mão
nem te arranquem os olhos
saber que a alma está completamente mutilada e se arrasta peregrina
esbarrando com os anjos que um dia tu mesma mandaste sangrar.
(Versão minha; original reproduzido em Por vivir aquí - Antologia de poetas catalanes en castellano (1980-2003), organização de Manuel Rico, prólogo de Manuel Vásquez Montálban, Bartleby, Madrid, 2003, p. 114).
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