Pode-se viver muito bem
sem nada mais do que estes privilégios quotidianos:
uma carta na caixa do correio, o barulho de uma vaga,
o azul sobre a planície, as palavras de um poema.
O universo reduzido a poucos vínculos
ao trajecto habitual
da sua própria morte.
Pode-se muito bem não ser mais
do que uma aventura de átomos e de questões insignificantes.
(Versão minha; original reproduzido em Poèmes pour voyager - anthologie des poèmes dans le métro et le bus, selecção de Gérard Cartier e Francis Combes, Les Temps des Cerises, Pantin, 2005, p. 82).
1 comentário:
Pode-se viver muito bem sem mais nada,
que não a poesia,
a palavra,
a mais completa ação
da palavra...
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