domingo, 13 de março de 2011

W. S. Merwin

A minha mão



Repara como o passado não terminou
aqui no presente
está sempre acordado
nunca à espera
é a minha mão agora mas não o que continha
não é a minha mão mas o que continha
é o que recordo
mas nunca é bem igual
nenhum outro o lembra
uma casa há muito transformada em ar
a vibração de pneus sobre uma estrada de empedrado
luz fria num quarto que desapareceu
o cintilar do papa-figos
entre uma vida e outra
o rio que uma criança viu.



(Versão inédita de António Ladeira; poema do livro The shadow of Sirius, Copper Canyon Press, Port Townsend, 2009, p 74).

1 comentário:

Jus et Humanitas disse...

Boa noite, amigo. Tenho um blog de poetas norte-americanos e usei suas tradução de Merwin, que, por sinal, são excelente. Meu blog é http://arspoeticaethumanitas.blogspot.com.br/. Dá uma passadinha por lá, deixa um comentário e, se possível, siga-o, certo? Obrigado, Dalcin Lima.