no deserto
o tempo é um luxo
só espinhos e cactos
rompendo a cada raio
dormi na casa da estrangeira
a que se vestia de âmbar e almíscar
recusa a luz da sua vela
o perfume da sua pele
desde a morte da cidade existe uma regra
a que até os rebeldes obedecem
não mentir à mulher
que aprisiona areia em sua casa
(Versão inédita de António Ladeira; poema do livro La tentation du désert / The temptation of the desert, L' Harmattan, Paris, 2008, p. 64).
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