Parte de uma mensagem e uma tradução de José Carlos Barros:
"(...)
Sou amigo de um poeta cubano (Edel Morales) cuja poesia muito particularmente admiro. O Edel, já há uns tempos, pediu-me que lhe traduzisse um poema. É o que te envio em resposta ao teu desafio: o original e a tradução de "Viendo los autos pasar hacia occidente".
(...)"
Vendo os automóveis a passar em direcção do Ocidente
As ruas das pequenas cidades do centro de Cuba,
habitualmente buliçosas e doces,
ficam vazias nos meses de inverno.
Eu vivi essa pesada quietude.
Os estudantes tinham partido à descoberta do mundo
e uma paz, uma estranha e larga ausência,
atravessa as paredes e entra nos edifícios.
Os clubes, as casas de cultura, os campos desportivos
assemelham-se a uma cena, cuidadosamente preparada,
que espera o regresso dos actores para a continuação das filmagens.
Nas pequenas cidades do centro de Cuba
tudo é espera e ausência nos meses de inverno.
Eu vivi essa pesada quietude.
Noites de fevereiro na esquina deserta de Libertad e Paseo
vendo os automóveis a passar na direcção do Ocidente.
Como quem vê uma rapariga de pele muito limpa e cabelos negros
passar, abrindo o desejo, na direcção de outro homem.
*****
Viendo los autos pasar hacia occidente
En las pequeñas ciudades del centro de Cuba
las calles, habitualmente bulliciosas y dulces,
se quedan vacías en los meses de invierno.
Yo he vivdo esa pesada quietud.
Los esudiantes se han marchado a descubrir el mundo
y una paz, una extraña y larga ausencia,
llega hasta las paredes y penetra al interior de los edificios.
Los clubes, las casas de cultura, los campos deportivos,
semejan un set, cuidadosamente preparado,
que espera el regreso de los actores para continuar la filmación.
En las pequeñas ciudades del centro de Cuba
todo es ausencia y espera en los meses de invierno.
Yo he vivido esa pesada quietud.
Noches de febrero en la esquina vacía de Libertad y Paseo,
viendo los autor pasar hacia Occidente.
Como quien ve a una muchacha de piel muy limpia y cabellos negros
pasar gustosa hacia otro hombre.
Poema de Edel Morales; tradução de José Carlos Barros.
(Muito obrigado).
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