pedi sempre ao outro, com dureza,
que olhasse as coisas de frente,
mas eu não as olhei
todas as minhas condenações
conservaram-se durante anos à minha frente
mas eu não soube segui-las
não soube segui-las
não soube compreendê-las
não pude decifrá-las
até ao fim
nunca
soube levar nada
até ao fim
só a juventude passa,
só a alegria passa,
só a vida passa,
só ela, a minha culpa inteira, perdura
nunca
soube levar nada
até ao fim
sempre pedi com dureza ao outro
que olhasse as coisas de frente,
mas eu voltei o rosto
e agora que nada espero
a minha esperança
é mais forte do que nunca
(Versão minha a partir da tradução castelhana de Angelica Lambru reproduzida em El muro del silencio - Antología de poesía rumana contemporánea; selecção e organização da tradutora; Huerga & Fierro, 2007, pp. 150-151).
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