Dá a ideia de que na palma da mão tenho toda a cidade, e quando fecho
o punho os campanários cravam-se debaixo das unhas, e quando enfio
as mãos nos bolsos os carros embatem uns nos outros,
dá-se um terrível choque em cadeia, cruzes cheias de vidros
partidos, pequenas ambulâncias desesperadas... Por isso não me
perguntes por que pinto as unhas com as mãos a sangrar.
(Versão minha. Fonte: Luz que fue sombra. Diecisiete poetas polacas (1963-1981); selecção e tradução de Abel Murcia e Gerardo Beltrán, Vaso Roto, Madrid, 2021, p. 61).
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