quinta-feira, 18 de junho de 2009

Miroslav Holub

Cemitério judeu em Olsany, túmulo de Kafka, Abril, tempo solarengo



Ocultas sob os carvalhos
algumas pedras abandonadas
como palavras dispersas.
A solidão é tão compacta
que tem de ser feita de pedra.

O homem velho ao portão,
um Gregor Samsa
que não sofreu nenhuma metamorfose,
olha de esguelha
sob a nudez da luz,
respondendo a todas as perguntas:

Desculpe, mas não sei.
Não sou de Praga.



(versão minha, a partir da tradução do checo para o inglês de David Young e Dana Hábová reproduzida em The poetry of survival, introdução e organização de Daniel Weissbort, Peguin, Londres, 2ª edição (?), p. 184)

2 comentários:

{anita} disse...

gosto mesmo deste blog...
e leio tudo, muito, sempre.

Lp disse...

Ainda bem. Obrigado.