terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Sarah Wardle

Ao Leitor


As palavras que escrevo tornam-se outro mundo,
onde sou ao mesmo tempo o poema e o autor,
o criador, o que decide que luz é convocada,
e que palavra é proferida pelo enunciador,
e neste lugar virtual o amor é possível,
e tudo é melhor num universo paralelo,
e acontece num planeta do tamanho de um seixo,
quando eu e tu invisivelmente movemos a terra,
mas este poema é apenas um entre muitos em todas
as páginas perdidas nas prateleiras da biblioteca,
e este planeta gira em volta de uma infinidadede
outros mundos e de outras pessoas,
e o meu seixo jaz na praia no meio de milhões,
onde podes escolhê-lo e fazê-lo depois deslizar no mar.



(versão minha; original in Anvil New Poets 3, Anvil Press Poetry, London, 2001, p. 146.)

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