terça-feira, 20 de maio de 2008

Reetika Vazinari

Sou eu, não estou em casa



É tarde na cidade e eu adormeço.
Vais ligar de novo? Terei ouvido
(por favor deixe a sua mensagem depois do sinal)

Tchekov? A ama B. Eu aplaudo
com prazer. B ama C. C não vai responder.
Na cidade é tarde, eu durmo,

e se o teu rosto se aproxima de mim como um mapa familiar
de desabrigo: velho mundo, novo hemisfério
(sou eu deixa uma mensagem depois do sinal)

então a história precipita-se para o volte-face
final, eu passo o testemunho tu desapareces
na cidade, é tarde e eu sonho

com núpcias outra vez, a acontecer por aqui,
dedicadas à nossa causa durante um ano,
deixa uma mensagem depois do sinal,

vou deixar-te uma chave, escuta a gravação
quando chegares, ou pega no auscultador.
É tarde na cidade e eu durmo.
Por favor deixa uma mensagem depois do sinal.



(versão minha; original reproduzido por Edward Hirsch, Poet's choice, Harcourt, Orlando, 207, pp. 212-213).

Sem comentários: