quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Julia Hartwig

O manuscrito



Na casa onde nasceu Beethoven
pode ver-se, exposto numa vitrine, um texto do compositor escrito à mão
cheio de rasuras e correções.
É a carta em que pede a um poderoso príncipe que aceite
a sinfonia que acaba de concluir.
Nenhuma composição deste génio
mostra no papel marcas de um esforço idêntico ao que transparece nesta carta,
dirigida ao soberano de um pequeno Estado de que hoje já ninguém se lembra.


(Bona, junho de 2000)



(Versão minha a partir da tradução castelhana de Antonio Benítez Burraco e Anna Sobieska, reproduzida em Dualidad - Antología poética, Vaso Roto Ediciones, Madrid, 2013, p. 65).

Sem comentários: