quarta-feira, 11 de junho de 2008

Wendell Berry

A paz das coisas bravias 


Quando o desespero do mundo cresce em mim 
e acordo na noite ao mínimo som 
com medo do que a minha vida 
e a dos meus filhos possam vir a ser,
avanço e deito-me ao pé da água onde o pato dos bosques 
aconchega a sua beleza e a garça real se alimenta. 
Entro na paz das coisas bravias 
que não impõem tributos às suas existências preparando-se 
para a dor. Fico na presença da água serena. 
E sinto, acima de mim, as estrelas cegas de dia
 aguardando com a sua luz. Por um instante 
participo da graça do mundo, e sou livre. 



  (versão minha; original aqui)

2 comentários:

j disse...

muito belo.

Lp disse...

também acho. um abraço.