terça-feira, 16 de março de 2010

Nuala Ní Dhomhnail

O destino da linguagem



Disponho a minha esperança na água
neste pequeno barco
da linguagem, tal como alguém pode pôr
um menino

num cesto de folhas iridescentes
entrançadas
com o fundo calafetado
com betume e resina,

colocando depois o conjunto entre
as junças
e os juncos da margem
de um rio

apenas para que vá daqui para ali
sem saber onde pode acabar;
no colo, talvez,
de alguma filha do Faraó.



(Versão minha a partir da tradução inglesa de Paul Muldoon, reproduzida em New european poets, organização e introdução de Wayne Miller e Kevin Prufer, Graywolf Press, Saint Paul, Minnesota, 2008, p. 328).

2 comentários:

CCF disse...

Que bonito! Sempre adorei brincar a colocar barquinhos(folhas, paus...) no rio, e pensava sempre onde iria terminar aquela viagem.
~CC~

Lp disse...

Talvez nunca se chegue a saber...